São Paulo - Arquitetura pelo Centro Histórico

By Heloise Travain - janeiro 04, 2016


Olá pessoal! Hoje vim compartilhar com vocês minha passagem pelo Centro Histórico de São Paulo no dia 29 de dezembro!

Como já falei aqui, viajamos para casa dos nossos amigos em Jundiaí, SP, e aproveitamos alguns dias para visitar São Paulo. Como era final do ano a maioria dos lugares estavam em recesso e não conseguiríamos entrar para visitar. Por isso escolhi visitar o centro histórico que mesmo que não fosse possível visitar internamente alguns pontos, poderíamos ver bastante lugares.
Procurei pela internet alguns roteiros, e vi que o site da prefeitura de São Paulo fornece roteiros temáticos, então escolhi esse: Arquitetura pelo centro histórico.

Com seus prédios dos mais diversos estilos, formas e tamanhos, São Paulo possui um verdadeiro acervo cultural ao ar livre. Caminhar pelo centro é ver a história da cidade ser contada por suas construções, manifestações concretas das transformações pelas quais passou uma vila que em 1872 tinha pouco mais de 30 mil habitantes e era restrita ao Triângulo Histórico (cujos vértices são o Mosteiro de São Bento, a Igreja de São Francisco e a Igreja da Ordem Terceira do Carmo) até se converter na atual metrópole com cerca de 12 milhões de habitantes.
Do Pateo do Collegio, que nos remete à época da colonização, até o contemporâneo pórtico da Praça do Patriarca, passando pela imponência de edifícios como o Theatro Municipal e o Altino Arantes, o turista que chega a São Paulo é facilmente atraído pela arquitetura – e um simples passeio pelas ruas paulistanas já lhe garante uma experiência única e fascinante.

São 25 locais, mas não passamos por todos pois não seguimos o mapa fornecido. Outros locais passamos mas não conseguimos fotografar. Bem no dia que fomos estava tendo a manifestação dos taxistas no viaduto do chá e tava super movimentado. Mesmo assim valeu muito a pena o passeio, poder vivenciar a história de São Paulo é incrível!

1. Mosteiro de São Bento - Um dos vértices do Triângulo Histórico, esta é a quarta construção da ordem beneditina, presente no local desde 1600. Este complexo abriga a Basílica Nossa Senhora da Assunção e o Colégio de São Bento, e foi projetado em 1910 pelo arquiteto Richard Berndl, professor da Universidade de Munique, com decoração interna de autoria do monge beneditino holandês D. Adelbert Gresnicht. É um dos poucos remanescentes em todo o mundo do estilo Beuronense 
– movimento artístico alemão quase erradicado com a Segunda Guerra Mundial, que tem como característica a total integração entre arte e arquitetura. É ilustrativo do Beuron o interior da basílica, praticamente todo adornado, do chão ao teto, por pinturas, esculturas, vitrais e mosaicos que combinam elementos das artes egípcia, bizantina e românica. Uma curiosidade: foi o local no qual o Papa Bento XVI se hospedou em sua visita ao Brasil em 2007.
OBS: Não é permitido tirar foto internamente.




2. Edifício Martinelli - Quando inaugurado, em 1929, era o mais alto edifício do mundo fora dos Estados Unidos, condição perdida apenas em 1936. Inicialmente, o projeto de autoria do arquiteto húngaro William Fillinger, da Academia de Belas Artes de Viena, previa 12 andares, entretanto, foi alterado pelo próprio empreendedor da obra, o comendador italiano Giuseppe Martinelli, o qual tinha como meta a construção de 30 andares. O objetivo foi alcançado ao construir sua mansão no topo do prédio, assim demonstrando aos desconfiados que, apesar de tão alta, a construção era segura. A volumetria deste edifício em estilo eclético apresenta reentrâncias para melhor ventilação e iluminação, comuns a grandes hotéis norte-americanos da época, além de contar com as três divisões básicas da arquitetura clássica: embasamento (a base revestida de granito), corpo (recoberto de massa cor-de-rosa que fazia o prédio cintilar à noite) e coroamento (com o telhado coberto por janelas, chamado de mansarda). 
Estava fechado para visita.


3. Edifício Altino Arantes (Banespa) - Um dos símbolos de São Paulo, este exemplar art déco (de origem francesa, abreviação de arts décoratifs) foi inaugurado em 1947, também na condição de edifício mais alto do mundo fora dos Estados Unidos, com 161 metros de altura, título perdido apenas em 1953. Projetado pelo arquiteto Plínio Botelho do Amaral para ser sede de um banco, segue o formato “bolo de noiva”, em que o prédio apresenta recuos a partir de determinada altura, e é coroado pela bandeira do Estado de São Paulo. O 
luxuoso saguão apresenta um enorme lustre de 13 metros de altura e 1,5 tonelada, além de um mural que conta a evolução da economia paulista desde seus primórdios. O mirante no topo do edifício permite vista panorâmica de 360° e é aberto à visitação do público gratuitamente.
OBS: Está em reforma desde setembro/2015 e ainda não tem previsão para reabertura.



4. Banco de São Paulo - Construído de 1935 a 1938, é um dos mais belos e luxuosos exemplares de art déco da cidade. Obra do arquiteto Álvaro de Arruda Botelho, recomenda-se a visita ao saguão ricamente decorado: o piso é de mosaico de pastilhas de cerâmica, mesas de granito maciço decoradas por cristais remetem às antigas transações bancárias, 
e o salão nobre no mezanino é totalmente revestido de madeira de lei. Surgido na década de 1920, o art déco foi um movimento das artes visuais que buscava romper com os estilos acadêmicos e historicistas, caracterizando-se pela decoração moderna com motivos geométricos, materiais nobres e simplicidade de estilo.
OBS: Não é permitido foto internamente.


5. Cento Cultural Banco do Brasil - A antiga sede do Banco do Brasil na cidade de São Paulo foi construída entre 1923 e 1927, seguindo o projeto do arquiteto Hipólito Gustavo Pujol Júnior, professor da Escola Politécnica. Desde 2001, abriga o Centro Cultural Banco do Brasil, um dos 
mais ativos e completos espaços culturais paulistanos, parte de mais um esforço na política de revitalização do centro da cidade. Em estilo eclético, combina elementos do neoclassicismo, do segundo reinado francês (estilo Napoleão III) e da renascença italiana. Na entrada principal, logo acima do portal, há um busto de Mercúrio – o deus romano do comércio – e, no interior, a principal característica é o vão que atravessa todos os andares, iluminado por uma clarabóia em vitral executada pela Casa Conrado Sorgenicht. Destaque também para o cofre da antiga agência no subsolo do prédio.
OBS: Não estava aberto para visitação.




6. Pateo do Collegio - É o local de fundação da cidade de São Paulo com a realização da primeira missa em 25 de janeiro de 1554 e a posterior instalação do Colégio dos Jesuítas. Em 1759, com a determinação do Marquês de Pombal de expulsão dos jesuítas e sequestro de seus bens, o Pateo passou a abrigar o governo paulista e depois foi demolido e substituído pelo novo Palácio do 
Governo. Durante as festas do Quarto Centenário da cidade, em 1954, o Estado devolveu a posse do imóvel à Companhia de Jesus para a reconstrução do antigo colégio de arquitetura colonial, finalizada em 1979. Ainda restam paredes e fundações do século 16 em taipa de pilão. Hoje, o Pateo do Collegio abriga o Museu e a Capela Padre Anchieta (beato que foi um dos fundadores da cidade) que conta com uma coleção de 700 objetos aproximadamente, muitos dos quais pertencentes, em sua origem, à antiga Igreja e Colégio dos Jesuítas.
OBS: Também não estava aberto para visitação.




7. Tribunal de Justiça - Este peculiar exemplar do estilo art déco apresenta ornamentação inspirada na arquitetura maia, embasamento com pórtico dórico monumental e coroamento com duas semicúpulas. Projetado em 1933 pelo arquiteto Felisberto Ranzini e inaugurado em 1937 como sede da Bolsa de Valores, posteriormente abrigou a Secretaria Estadual da Agricultura e, desde 1977, é ocupado pelo Primeiro Tribunal de Alçada Cível.

8. Secretária da  Justiça - Em estilo neoclássico, os dois edifícios elaborados por Ramos de Azevedo são praticamente gêmeos. O prédio do número 184, é a primeira obra do famoso arquiteto na cidade de São Paulo: foi construído de 1881 a 1891 para abrigar a Secretaria da Fazenda e do Tesouro. Já o edifício do Secretaria da Justiça número 148 – mais ornamentado – foi inaugurado em 1896 como Secretaria da Agricultura. Ambos contam com pátios internos cobertos por clarabóias sustentadas por artísticas armações de ferro e apresentam colunas coríntias (as mais ornamentadas das três ordens arquitetônicas gregas e romanas) na fachada. Hoje abrigam a Secretaria da Justiça do Governo do Estado de São Paulo.




9. Solar da Marquesa - Construção da segunda metade do século 18 – originalmente de estilo colonial – sofreu diversas reformas responsáveis pela atual fachada neoclássica. No interior encontram-se janelas arqueológicas nas paredes que expõem as diferentes intervenções sofridas ao longo de sua existência, e exibem desde as antigas técnicas construtivas como a taipa de pilão, o pau-a-pique e a taipa francesa, até as mais recentes, em alvenaria de tijolos. É o mais antigo remanescente paulistano da arquitetura residencial urbana. Por mais de 30 anos foi lar da Marquesa de Santos, uma mulher à frente de seu tempo, muito influente na sociedade e na política paulistana, célebre por seu relacionamento com o Imperador Dom Pedro I. Hoje, o Solar é a sede do Museu da Cidade de São Paulo, e passou por uma grande restauração no ano de 2011.


10. Palácio da Justiça -  Projetada em 1911 pelos arquitetos Domiziano Rossi e Felisberto Ranzini, com inspiração no Palazzo di Giustizia de Roma, na Itália, esta obra do Escritório Técnico Ramos de Azevedo só foi inaugurada em 1933. Em estilo eclético, com influência neorrenascentista, a fachada apresenta acabamentos luxuosos e é ornamentada com figuras, cariátides (estátuas femininas com função de coluna) e símbolos do Judiciário. No interior, o ponto alto é o Plenário do Júri, revestido com lambris (revestimento para paredes internas com função decorativa) de madeira de lei e teto ornamentado e coroado por uma clarabóia no centro. Abriga exposições permanentes e temporárias mantidas pelo Museu do Tribunal de Justiça – hoje sediado no Palacete Conde de Sarzedas (Rua Conde de Sarzedas, 100).

11. Catedral da Sé - Projetada em 1912 pelo arquiteto alemão Maximillian Hehl e inaugurada ainda incompleta em 1954, a arquitetura basicamente neogótica enquadra-se no ecletismo por possuir uma enorme cúpula de inspiração renascentista. Construção monumental com capacidade para mais de 8 mil pessoas, 16 torres (que chegam a atingir 97 metros de altura) e 54 vitrais, tem, abaixo do altar principal, uma cripta onde estão sepultados os bispos e arcebispos de São Paulo, além de figuras históricas da cidade como o Cacique Tibiriçá e o Regente Feijó. Destaque para a grandiosidade do interior e a enorme quantidade de vitrais: há nacionais executados pela Casa Conrado e europeus feitos por artistas como Quentim, Avenali, Fontana e Max Ingrand. Uma peculiaridade é a ornamentação que usa motivos da fauna e flora brasileira, como o tatu, o tucano e o cacau.
OBS; Não é permitido foto de seu interior.






12. Faculdade de Direito - Uma das instituições mais importantes no histórico de desenvolvimento da cidade, a Faculdade de Direito instalou-se no local em 1828, trazendo efervescência e intelectualidade a uma então pacata São Paulo. Inicialmente ocupou o colonial convento 
franciscano, demolido em 1932 para dar lugar à atual construção: um exemplar neocolonial de autoria do arquiteto Ricardo Severo. No interior, destacam-se os vitrais realizados por Conrado Sorgenicht e o túmulo do ex-professor Júlio Frank, em estilo neoclássico, localizado no pátio poupado da demolição do antigo convento.



13. Pórtico da praça do Patriarca - Obra contemporânea do arquiteto Paulo Mendes da Rocha – ganhador do Prêmio Prizker de 2006 – este pórtico projetado em 1992 cobre a entrada da Galeria Prestes Maia. De estrutura metálica e vão de 40 metros, só foi concluído em 2002. A Galeria Prestes Maia é uma passagem subterrânea que conecta a Praça do Patriarca ao Vale do Anhangabaú e conta com salas de exposições e obras de arte distribuídas nos três pisos.


14. Edifício Matarazzo - Desde 2004 é sede da Prefeitura de São Paulo, mas foi inaugurado em 1939 para sediar o maior conglomerado industrial da história brasileira: as Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo. Com o uso de elementos de inspiração clássica, além da austeridade e monumentalidade características do estilo fascista, tem a fachada toda revestida em mármore travertino romano. Foi projetado pelo arquiteto favorito do ditador italiano Benito Mussolini, o também italiano Marcello Piacentini. Destaque para o jardim presente no topo do prédio.



15. Edifício Alexandre Mackenzie - Inaugurado em 1929, é um raro exemplar de arquitetura eclética norte-americana no Brasil. São características desse tipo de arquitetura a monumentalidade, forte inspiração neoclássica, uso de colunata (sequência de colunas) na fachada e a utilização de materiais e cores mais rústicas e pesadas no primeiro piso. Todo o trabalho de serralheria e marcenaria do edifício foi executado pelo prestigiado Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Projetado pelo arquiteto William Proctor Preston para ser sede da canadense São Paulo Tramway, Light and Power Company – uma das mais influentes empresas no desenvolvimento urbano de São Paulo, que atuava na geração e distribuição de energia elétrica, e transporte público por bondes. Desde 1999, abriga o Shopping Light.


16. Theatro Municipal - Foi projetado em 1903 pelos arquitetos Domiziano Rossi e Cláudio Rossi do Escritório Técnico Ramos de Azevedo, e é um monumental exemplar do estilo eclético. Pinturas em ouro, detalhes em relevo e majestosas escadarias fazem do teatro uma das construções mais ricamente decoradas de São Paulo, e todo esse esplendor foi ressaltado com a restauração realizada em 2011. A sala de espetáculos, por onde passaram grandes nomes da arte mundial, tem capacidade para cerca de 1.600 pessoas. Inaugurado em 1911, foi palco de óperas, concertos, shows e acontecimentos marcantes, entre eles a revolucionária Semana de Arte Moderna de 1922 – evento que marcou a ruptura da arte nacional com os ideais estéticos do século 19, consolidando o modernismo brasileiro.




Do roteiro fornecido pela prefeitura de São Paulo, os locais que faltaram visitar foram: Edifício Triângulo, Edifício Guinle, Caixa Cultural, Igreja da Ordem Terceira do Carmo, Escola de Comércio Álvares Penteado, Conjunto Franciscano, Edifício Barão de Iguape, Igreja de Santo Antônio, Edifício Sampaio Moreira.  *Caixa Cultural e Edifício Sampaio Moreira passamos pela frente mas não encontrei as fotos.

Bom, o passeio pelo centro histórico é maravilhoso, porém como quase que em todos centro históricos brasileiros não é uma região segura, você não consegue ficar relaxado e aproveitar, tem que ficar de olho a sua volta o tempo todo. Sem contar que não é em todos os lugares que você se sente seguro para fotografar, tem que ser tudo voando. Recomendo para quem quer ir visitar, ir com mais pessoas, assim se torna um pouco mais seguro.

EXTRA:
Aproveitamos que estávamos por perto e fomos até o Copan, porém ele está em reforma (sendo trocada todas suas pastilhas da fachada). 


Edifício Renata Sampaio Ferreira



Na volta para Jundiaí deu tempo de passar rapidinho na frente do Hotel Unique, e as fotos foram de dentro do carro mesmo. Gente, é incrível, sou obrigada a voltar lá!



Depois de tantas fotos finalizo o post! Ah fica ligado que ainda vai ter um com alguns lugares de Jundiaí!

Fonte textos: Roteiro Arquitetura.
Bisous, 

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